Tipicamente, os viveiros de plantas utilizam a mesma quantidade de água para regar todas as suas espécies. A falta de regularização consoante as necessidades de cada planta, o clima, o solo e outros fatores acaba por resultar num enorme desperdício de água. Assim, é de extrema importância uma gestão eficaz e responsável que vise a economia deste recurso em áreas de produção de plantas.
Neste artigo, pode encontrar uma introdução ao conceito de viveirismo, seguida da importância da água para as plantas e, por fim, algumas estratégias hídricas utilizadas nos viveiros Planta Livre, principalmente ao nível dos sistemas de rega.
O que é o viveirismo?
Um viveiro define-se como uma área reservada à cultura e produção de seres vivos.
A Planta Livre é uma empresa especializada, não só no comércio de plantas ornamentais (árvores, arbustos, entre outras), como também na produção e posterior cuidado das mesmas até serem vendidas. Deste modo, é considerada um viveirista-produtor e viveirista-criador.
Nas suas dezenas de hectares de área, a Planta Livre dispõe de vários viveiros, onde se encontram técnicos e funcionários focados na produção e cultivo de plantas, sempre com vista a uma qualidade de produto excecional. Um viveiro de plantas necessita de condições ideais e diferenciadas para o desenvolvimento de cada espécie, principalmente em termos de irrigação.
A água como fator de sobrevivência para as plantas
Como solvente, a água é um recurso fundamental para todos os organismos vivos, inclusive para o ser humano. Acredita-se que os primeiros sinais de vida no planeta surgiram nos oceanos e que os seres vivos dependem de soluções aquosas para assegurar o seu funcionamento biológico.
No caso das plantas, estas são compostas por 90% de água, a qual mantém os processos vitais ao seu desenvolvimento. Algumas das suas principais funções para a planta são:

- Funcionar como solvente de minerais presentes no solo que são absorvidos pelas raízes;
- Transportar os nutrientes necessários por toda a estrutura da planta;
- O Hidrogénio e o Oxigénio, presentes na molécula da água, são utilizados em processos metabólicos da planta. O primeiro, em combinação com o dióxido de carbono, produz açúcar e o segundo é utilizado para produzir energia através desse açúcar, sendo seguidamente descarregado na atmosfera, o que contribui para a purificação do ar;
- Regular os processos de fotossíntese e transpiração da planta;
- A absorção de água pelas células da planta potencializa a divisão e expansão celular;
- Manter o formato da planta, o que resulta de uma pressão hídrica interna adequada para os tecidos.
Neste sentido, a água é um fator essencial à cultura de plantas. Apesar de cada espécie requerer quantidades diferentes de água, a sua completa ausência prejudica o desenvolvimento e pode causar morte precoce. Da mesma forma, a rega em excesso das plantas pode conduzir ao apodrecimento das raízes. Por estas razões, é importante perceber qual o ponto de equilíbrio ideal em termos hídricos para um crescimento saudável e para uma maior economia de água.
Colocar o dedo no solo, sentindo-o seco ou húmido, ou utilizar um medidor de humidade são formas simples de verificar a quantidade de água presente num determinado solo.
O consumo de água na Planta Livre - estratégias responsáveis

Diferenciando-se de outros viveiros, a Planta Livre realiza uma gestão exata de água através da avaliação diária das necessidades hídricas de cada planta. Dessa forma, assegura um desenvolvimento adequado das suas espécies e contribui para uma pegada mais rica e ecológica, não utilizando mais água do que aquela que é precisa.
A Planta Livre, nos seus viveiros, utiliza sistemas de rega gota-a-gota. Este sistema estende-se pela superfície do terreno, permitindo que a água chegue exatamente ao local onde é necessária. Além de contribuir para colheitas mais abundantes e de melhor qualidade, o sistema de rega gota-a-gota otimiza o consumo hidráulico, visto que reduz ou elimina o desperdício por evapotranspiração e por escorrimento superficial.

Em plantas de formato menor, a Planta Livre tende a utilizar rega por aspersão. Com este sistema, a água é distribuída uniformemente pelas plantas, sob a forma de chuva, através de aspersores. Neste caso, a irrigação é frequente mas pouco intensa, possibilitando a economia hidráulica e uma maior eficiência.
Quando as plantas se encontram em tabuleiros, a rega efetua-se por capilaridade. Aqui, a água é introduzida nos tabuleiros e distribuída diretamente na zona radicular das plantas. O substracto é humedecido e as plantas absorvem a quantidade necessária através das suas raízes. Apesar de existir algum desperdício, o consumo hídrico é reduzido, visto que não existe evaporação superficial.
Cerca de 30% da água utilizada para rega na Planta Livre é reaproveitada para o mesmo fim. Em toda a área dos viveiros com rega por aspersão, existe uma rede de drenagem que conduz a água sobrante a um ponto de recolha, onde é efectuada uma gestão de risco consoante as suas propriedades. A água considerada ainda de boa qualidade é reaproveitada para nova rega, evitando assim o desperdício e a contaminação dos cursos hídricos.

O viveirismo é um dos setores de atividade que implica o consumo de uma grande quantidade de água. Visto que não é um recurso infinito e ilimitado, é necessário adaptar processos e sistemas que visem uma utilização distante do desperdício e próxima do reaproveitamento e da minimização.
Mesmo no nosso dia-a-dia, adotamos comportamentos inconscientes e irresponsáveis, sendo fundamental uma reeducação na forma como se utiliza este recurso. Pequenas mudanças no dia-a-dia de cada pessoa, que permitam um consumo mais responsável, podem mudar o futuro do nosso planeta para melhor.