Parques Urbanos: a Alma da Cidade
Seja para uma caminhada, para passear o cão ou para brincar com o filho, com certeza já visitou alguns parques da sua cidade. Com a rápida e crescente industrialização, a nossa vida acelerou e, muitas vezes, restringe-se apenas a meros edifícios, estradas, trânsito e stress. O contacto com a natureza revelou-se necessário para a qualidade de vida da população e para a conservação do meio ambiente. Nem que seja por uns momentos, sabe sempre bem "esverdear" as ideias e fugir da rotina citadina. Os parques urbanos oferecem essa oportunidade sem precisar de percorrer grandes distâncias.
Este artigo aborda os benefícios ambientais, sociais e psicológicos dos parques urbanos. Se ficou curioso em relação ao tema, então este artigo é para si!
O que são parques urbanos?
O crescimento rápido e artificial do meio urbano tem impactado negativamente o ambiente, surgindo a necessidade de criar áreas verdes no meio citadino que contribuam para a sustentabilidade urbana. Os parques urbanos são conhecidos como áreas verdes incorporadas nas cidades, de uso público, tratando-se de espaços livres de edifícios que se destinam à prática de atividades recreativas (descanso, lazer, desporto) e à preservação do meio ambiente interior às regiões urbanas.
O grande propósito dos parques urbanos é oferecer aos seus visitantes áreas com paisagens verdes, contemplativas e agradáveis, próximas às suas residências e onde podem praticar atividades de lazer e exercício físico ao ar livre. Além disso, os parques urbanos revelam-se uma importante forma de consciencialização ambiental, visto que proporcionam a aproximação do ser humano com a natureza.
O que podemos encontrar num parque urbano?
Os parques urbanos podem ser de tamanho variável, tipicamente revestidos com vegetação e equipados com mobiliário urbano e estruturas direcionadas a eventos culturais e sociais, como cafetarias, restaurantes, quiosques, complexos desportivos, parques infantis, skateparks, palcos, anfiteatros, entre outros. Nestes espaços, predominam elementos naturais, como fauna e flora, e áreas não pavimentadas. A área verde dos parques urbanos é coberta por espécies vegetais, arbóreas, arbustivas e/ou rasteiras (gramíneas). É frequente a localização dos parques urbanos ser próxima a serviços públicos de caráter cultural (museus, centros culturais e educativos, casas de espetáculo, entre outros).
A escolha dos materiais utilizados num parque urbano deve ter em conta a sua funcionalidade, duração e estilo. Uma irrigação automatizada, a luz ambiente para horas noturnas, o acesso, as áreas sombreadas, as instalações sanitárias e os bebedouros são aspetos básicos num projeto de parque urbano. É importante salientar a manutenção das áreas verdes para assegurar o pleno cumprimento das funcionalidades dos parques urbanos, bem como a conversação e garantia de uso como um dever cívico, público e coletivo.
O contributo dos parques urbanos para a sociedade
Os parques urbanos, sendo também constituídos por espaços verdes, interferem diretamente na qualidade de vida dos seus visitantes por meio de funções ecológicas, estéticas e de lazer.
Funções ecológicas
A vasta vegetação utilizada na estruturação de parques urbanos contribui para o equilíbrio ecológico da região, através do conforto bioclimático e conservação da biodiversidade intra-urbana. As plantas contribuem para a renovação da qualidade do ar, para a regulação da temperatura e da humidade e para a amenização da poluição. Funcionam ainda como abrigo à fauna urbana (principalmente de aves, insetos e fauna de solo). No mesmo sentido, a vegetação desempenha um papel fundamental na estabilização e fixação do solo pelas raízes das plantas e no controlo do escoamento superficial, minimizando os impactos decorrentes da urbanização e da industrialização. Assim, os parques urbanos possibilitam uma maior qualidade ambiental à população.
Funções estéticas
Em termos de função estética, a utilização de diferentes materiais, cores, texturas, movimentos e cheiros compõe um ambiente mais agradável que embeleza a cidade, pelo que os parques urbanos destacam-se muitas vezes como símbolos paisagísticos. A vegetação e a água têm um contributo essencial neste aspeto, visto que estimulam a satisfação sensorial e constituem um vínculo entre o ser humano e a natureza.
Funções de lazer
Os parques urbanos oferecem à população a possibilidade de lazer, de recreação, de encontro e de socialização, apropriada para todas as faixas etárias e sociais. A colocação de infra-estruturas e, muitas vezes de instalações específicas de desporto, permitem a prática de atividades recreativas e desportivas de uma forma gratuita, como caminhadas, corridas, ciclismo, ténis, futebol, entre outras. Os bancos, as mesas e os caminhos convidam as pessoas a marcar encontros, sociais ou individuais, num espaço ao ar livre para repousar, comer e passear. Os parques infantis proporcionam às crianças um local recreativo de brincadeira, em segurança, onde também podem estabelecer contactos sociais. Além disso, os parques urbanos são propícios ao convívio de animais, com áreas reservadas, lixos e equipamentos específicos.
Outras funções:
É interessante pensar nas vantagens económicas que os parques urbanos podem trazer à comunidade. Os espaços verdes urbanos tendem a ser valorizados, a sua acessibilidade é desejada pelos cidadãos e surgem ainda como uma possibilidade de eco-turismo. Desta forma, existe um forte potencial de valorização imobiliária e consequente aumento de rendas.
Por oferecer e desenvolver qualidades relacionadas com a educação ambiental e ciências da natureza, o parque urbano está ligado a uma função educativa. Por exemplo, as placas identificativas das espécies vegetativas e animais apresentam informações de cariz científico, pelo que alguns parques urbanos são indicados para visitas de estudo.
Os espaços urbanos e a qualidade de vida da população
Num contexto de qualidade de vida, as áreas verdes urbanas trazem benefícios para o desenvolvimento social, físico e psíquico da população. A função psicológica dos parques urbanos aparece inerente ao alívio do stress e ao relaxamento, numa profunda relação entre o contacto com elementos da natureza e a sensação de bem-estar, coordenando um equilíbrio dos estados físico e emocional do ser humano. O lazer, a recreação e o exercício físico são ferramentas essenciais para lidar com a pressão e tensão quotidianas e contrariam duas fortes tendências atuais: o comportamento antissocial e o sedentarismo.
Para além da melhoria na qualidade de vida, a frequência dos parques urbanos para exercício físico ao ar livre pode contribuir para a prevenção de doenças. Os praticantes apresentam benefícios fisiológicos, como a melhoria do funcionamento cardiovascular, da flexibilidade, da resistência, do fortalecimento muscular, do equilíbrio e da velocidade em movimento.
O parque urbano oferece condições para a ocupação do tempo livre de uma maneira autónoma e sem horário fixo, promovendo o estado de saúde e o desenvolvimento físico-motor dos usuários. É nesta perspetiva que o parque urbano favorece uma comunidade mais saudável e com um estilo de vida ativo, contribuindo ainda para a redução dos custos associados aos cuidados de saúde. Existe, então, uma aproximação do conceito de promoção de saúde ao conceito de desenvolvimento sustentável.
A Planta Livre e a Unikonstroi, no desempenho das suas atividades de viveiristas e construção de infraestruturas urbanísticas, respetivamente, contribuem para a promoção da saúde física e mental num contexto de desenvolvimento sustentável.