27.03.2021 Plantas

Vamos normalizar as pragas nas nossas plantas?

Vamos normalizar as pragas nas nossas plantas?

Por norma, a natureza baseia-se em grandes encantos, mas também existem seres complexos que, para sobreviver, podem prejudicar o desenvolvimento de outros. É o caso das pragas. Tratam-se de pequenos bichos, alguns impercetíveis a olho nu, que se alimentam de certas porções das plantas. E, muitas vezes, os danos são irreversíveis. Se tem um jardim em sua casa, com certeza já se deparou com alguma praga. Folhas esburacadas ou com manchas invulgares podem ser sinal de que as suas plantas estão a ser atacadas. 

É preciso estarmos atentos, pois as pragas aparecem quando menos estamos à espera. Sabe que tipos de pragas existem? E que remédios naturais se deve utilizar sem prejudicar as suas plantas? Não? Então este artigo é para si!

Porque é que surgem as pragas?

Por serem uma natureza viva, as plantas estão vulneráveis a infestações de pragas, o que é uma preocupação constante para aqueles que desejam as suas plantas bonitas e saudáveis. Mesmo com todo o cuidado, as pragas são capazes de danificar todo o seu jardim numa questão de dias, visto que podem facilmente infetar plantas vizinhas. 

Por outro lado, se as pragas surgem com frequência, algo pode estar errado no cultivo e desenvolvimento das suas plantas. Estes seres surgem para manter o ecossistema em equilíbrio e, neste sentido, podem assinalar eventuais defeitos da planta, como a carência ou o excesso de nutrientes. Uma planta que cresce de forma saudável e otimizada é mais resistente a pragas e doenças.
 

Quais as pragas que existem? Quais os sinais de que a planta está a ser atacada?

O termo “pragas” relaciona-se com ataque de um agente visível que pode ser de variados tipos, como insetos, aracnídeos ou moluscos. Fique a conhecer algumas das pragas mais comuns e quais as formas de as identificar:

Besouros (ou Escaravelhos):

Em fase larvar, as larvas tendem a atacar as raízes e outros órgãos subterrâneos, enquanto em fase adulta, os insetos atacam as folhas e as flores. Estes animais são visíveis a olho nu, não sendo difícil a sua identificação. As folhas ficam cheias de pequenos furos

Pulgões:

São insetos sugadores de tamanho reduzido (até 5mm), de rápida reprodução e existem numa grande variedade de cores. O ataque destes seres ocorre nos tecidos macios e pode ser notado através do aspeto amarelado e enrolado das folhas, pelo atrofiamento vegetal e/ou pelo surgimento de fumagina
 

Gafanhotos:

São insetos mastigadores que se alimentam de folhas e caules. As folhas ficam irregulares, deformadas e/ou esburacadas. 
 

besouro
pulgao
gafanhoto

Cochonilhas:

Insetos sugadores da seiva e dos nutrientes da planta. Vivem em colónias alojadas nas hastes e nas folhas e podem apresentar diferentes cores. As folhas ficam com um tom lustroso e quebradiças, levando a planta a perder o seu vigor.

Percevejos:

Também são insetos sugadores, de tamanho e forma variáveis, que exalam um odor desagradável ao serem tocados. Com o seu ataque, geralmente em grupo, as folhas ficam secas e deformadas e os frutos ficam com sabor desagradável.

Formigas:

Determinadas espécies de formigas atacam plantas, recortando as suas folhas em formas muito geométricas. A sua presença pode ser sinal de que existem outras pragas secretoras, visto que adoram a cera adocicada de outros insetos.

cochonilha
percevejo
formiga

Ácaros:

Insetos que se instalam em teias na planta, sendo esta a caraterística mais simples de identificar a praga. Sugam nutrientes valiosos para a planta e causam pequenas manchas amarelas nas folhas.

Grilos:

Insetos mastigadores que se alojam no solo, subterraneamente, atacando as raízes e o colo da planta. São barulhentos durante a noite e madrugada, o que facilita a sua identificação.

Lagartas:

Formas jovens de borboletas e mariposas. São comuns nas épocas mais quentes e devoram os tecidos moles, causando desfolheamento.

acaros
grilo
lagarta

Alguns destes agentes são atraídos por quadros com cola, de cor amarela. Estas armadilhas, para além de facilitar o diagnóstico precoce, contribui para a apanha dos insetos. A colocação de recipientes com substâncias doces atrai determinados tipos de pragas, o que facilita a sua identificação. É o caso da cerveja para as lagartas. 

Prevenção e redução da praga com recurso a métodos naturais

Prevenção

jardim

O cuidado da base nutricional de cada planta e do jardim é o fator de maior prevenção para o surgimento de pragas. Plantas fortes, saudáveis e cuidadas têm menor propensão ao ataque de parasitas. É fundamental manter os níveis de temperatura, humidade e fluxo de ar nas condições ideais.

Quanto mais cedo se identificar o tipo de praga, menos danos poderá a praga causar. Em ambiente interior, se identificar alguma praga nas suas plantas, deve colocá-las imediatamente em quarentena, num ambiente limpo e estéril.

Quando o cultivo é realizado para consumo humano, deve-se evitar a utilização de inseticidas químicos. Aconselha-se a consulta de profissionais que reconheçam a importância de inseticidas e repelentes naturais

Métodos naturais para redução da praga

remedio caseiro pragas

Existem diferentes métodos naturais de controlo/tratamento de pragas que não prejudicam o meio ambiente. A utilização e libertação de certos predadores vivos, como joaninhas, fungos e vespas, eliminam grande parte das parasitas. 

Determinadas espécies de plantas funcionam como repelentes naturais, pelo que a sua colocação próxima às plantas infetadas potencia a eliminação das pragas.

Algumas receitas caseiras impedem a expansão da praga. Para borrifar na planta e no seu material vegetal, pode utilizar:
- Solução de água morna e sabão;
- Concentrado de chá de cavalinha;
- Solução de água fria com ácido cítrico ou vinagre;
- Soluções com matéria orgânica, como cebolas, alhos e urtigas.

À semelhança de outros seres vivos, as plantas ornamentais estão sujeitas a diversas ameaças. Saber diagnosticar, controlar e eliminar as pragas é fundamental para manter o seu jardim saudável e bonito.

Nos viveiros da Planta Livre, o controlo de pragas é predominantemente biológico, através da largada de organismos predadores das pragas, evitando o uso de inseticidas e fungicidas químicos. Desta forma, não só contribui para um ambiente mais ecológico, como também potencializa o desenvolvimento de resiliência das plantas.